sábado, 28 de dezembro de 2013

Beatriz Hierro Lopes


A rua era garganta. Voz de acordeão cego. Banco desdobrável para não se fazer esperar demasiado tempo à hora da partida. À entrada do bazar, de música alinhavada ao sobretudo preto, o velho usava de uma cegueira quase branca, quase azul, exposta à via pública. No pulso esquerdo, um cordão pintado de verde ligava-o ao pescoço de um vadio de pêlo ralo que sabia da música pela vibração do fio ao traduzir o movimento dos dedos do seu senhor sobre as teclas. [...] - CONTINUA AQUI

1 comentário:

  1. [quantas vezes o mundo a céu aberto

    se assemelha aos quartos vazios
    em vão;
    ao de leve, no topo
    as clarabóias em tons

    claro escuro de nuvem?]

    um abraço,

    bL

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